terça-feira, 22 de abril de 2014

MANIFESTAÇÕES PODEM PARALISAR NOVAMENTE AS OBRAS DA BARRAGEM DE OITICICA



Há alguns meses os agricultores da comunidade rural Barra de Santana, em Jucurutu realizaram uma manifestação pacífica, invadiram o canteiro de obras, obrigado a empresa a suspender por quase três dias os serviços de construção da barragem de Oiticica. Eles queriam do Governo do Estado a garantia que seus direitos seriam respeitados.
A manifestação ganhou repercussão em todo o Estado e provocou a vinda de uma comitiva de autoridades, formado pela governadora Rosalba Ciarlini, deputados, o arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira, dentre outras. A garantia da governadora de que no máximo até 08 de maio estariam prontos o projeto executivo, a terraplanagem, o desmatamento e a planta da nova Barra de Santana foi um dos principais motivos da suspensão da manifestação.
O problema é que até esta terça-feira (22) nada saiu do papel, e o local onde será construída a nova Barra de Santana, sequer foi desmatado. A comunidade, mais unida do que nunca e com o apoio da Igreja Católica já decidiu: Se chegar o dia 08 de maio e a promessa não for cumprida, as obras serão suspensas novamente com a realização de mais uma invasão ao canteiro de obras.

O agrônomo José Procópio de Lucena, articulador do SEAPAC, propôs aos bispos Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal; Dom Mariano Manzana, bispo de Mossoró; Dom Heitor de Araújo Sales e Dom Matias Patrício de Macêdo, arcebispos eméritos de Natal que se esforcem para incluir na agenda política do Estado e do País, através das instâncias da Igreja Católica do Rio grande do Norte e em nível de CNBB, a discussão e debate sobre os problemas da água e da seca.
O pedido foi feito durante a assembleia geral do Seapac, realizada no dia 22 de abril, pela manhã, no Centro Pastoral da paróquia da Candelária. “É uma situação grave, que precisa ser discutida, debatida e enfrentada”, afirmou José Procópio. Ele também pediu aos bispos para continuarem apoiando, em nome da Igreja, as famílias da área da barragem de Oiticica, em Jucurutu, atualmente em fase de construção.
“As obras físicas da barragem estão avançadas, mas a obra humana (a questão dos direitos das famílias, indenizações e outras promessas do governo do Estado) está na estaca zero. Nada foi feito, até agora e nenhuma promessa do governo do estado foi cumprida”, assegurou Procópio, que também membro do Comitê da Barragem de Oiticica. Ele também pediu que os bispos acompanhem as famílias acampadas na Chapada do Apodi, que defendem a área para a agricultura familiar e lutam para que o governo abandone o projeto de irrigação que pretende implantar no lugar. “Aquelas famílias precisam do apoio da Igreja”, disse Procópio.
Fonte: Blog do Marcos Dantas

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